quinta-feira, 28 de junho de 2012

Entrevista de Julho - Isabel Pinheiro





A nossa entrevistada do mês de julho, é a componente Maria Isabel Freitas Pinheiro. Nasceu no Rio de Janeiro, no dia 08 de outubro de 1970. É filha de grandes cantadores, Antonio Pinheiro Freitas (Pinheirão) e Maria Preciosa Pinheiro Gaspar (Preciosa), naturais de Vila Meã - São Tomé do Castelo - Vila Real - Portugal. Tem uma filha linda e amada, que se chama Isabella Pinheiro Cabada. Sua formação é cirurgiã-dentista e ama muito sua profissão.

Quando você entrou para o folclore?
Bem, estou no folclore desde que me entendo por gente. Aos 3 anos e meio já fazia parte do Grupo Folclórico Conde Sucena da Banda Irmãos Pepino, mas pouco me lembro deste tempo, pois ainda bem pequena fomos para Casa de Lafões, onde eu era mascote no Grupo Folclórico João Ramalho, que era ensaiado por meu tio Wanderlei. não eramos um grupo, mas sim uma grande família, foram tempos maravilhosos que passei na minha infância.
Depois, não sei bem o que aconteceu, saímos e fui para o Garrett, onde não durou muito, uns seis meses, sei lá e fui parar num rancho que nunca tinha ouvido falar, o Verde Gaio. até hoje nunca entendí bem toda esta travessia, mas tudo bem, deixa prá lá!
Bem, no verde gaio, só posso dizer que foi muito bom tudo que viví naquele rancho. Até que um dia resolví ir atrás de um antigo sonho, e em 1993 passei a fazer parte do Rancho Folclórico Maria da Fonte, onde estou até hoje com a minha família.

Você já foi á portugal? Quantas vezes?
Sempre passei férias em Portugal, e nunca parei prá contar.
Mas com Rancho Folclórico, fui em 1985 e 1989 com o Verde Gaio, e posso dizer que foi bom. Sempre conhecemos lugares lindíssimos e  pessoas incríveis.

Fale sobre uma viagem marcante:
Demais prá mim,  foi ir à Buenos Aires para dançar no Clube Portugues de Isidro Casanova.  Aquela gente nos aplaudia de pé e com as lágrimas rolando no rosto de tanta emoção e saudade da sua terra natal.

ISABEL NO FOLCLORE

Presidente: Agostinho dos Santos

Rancho Folclórico: Verde Gaio (80/90) e Maria da Fonte



Diretor Artístico: Claudio Luiz de Freitas Ribeiro (Arouca Barra Club)

Ensaiador: Tio Wanderlei (José Antonio Dias), Carlos Alberto e Káká

Apresentador: Dr. David Fernandes


Dançarinos:  


           Ítalo
                Alex
               Patrick


Dançarinas: Há muitas, mas admiro muito Carla Rosa e Cristina Figueiredo


           Carla Rosa
    Cristina Figueiredo

Folclorista:  Somos todos, não?!


Cantador: Pinheiro (meu pai), José Pinheiro (in memorian), Tio Wanderlei e Pezinho.


Cantadeira: Preciosa (minha mãe) e Rosa

               Preciosa
               Rosa


Sanfoneiro: rsrsrs bem, prá mim ele é o melhor do mundo …  Pinheirinho


    Família Pinheiro: Pinheirão, Preciosa, Isabel, Isabella e Pinheirinho


Acordeon: Fausto, Cláudio e Ivan


            Ivan Viana


                  Claudio

Personalidade:   Sr. Cézar Soares
Comida que mais gosta: japonesa
Comida que menos gosta: Pratos exóticos.
Amor: o ágape e o da minha filha.
Amizade: qualidade e nunca quantidade
Família: depois de muito navegar, é o porto para o qual sempre voltamos
Música: gosto  de boa música, principalmente as inteligentes.
Mulher bonita: Madre Tereza
Homem bonito: Chico Xavier
Ídolos:  Deus
Tempo:  é o senhor de todas as coisas.
Portugal:  é a minha 2ª casa
Brasil: “coração de mãe”, sempre cabe mais um! terra adorada entre outras mil…
Política: não acredito 
Preconceito: não tolero nenhuma forma
Escola de samba: Unidos da Tijuca
Times: Vasco da Gama e Benfica
Passatempo: malhar, ler, ouvir música e assistir filmes.

Isabel por Isabel:
Tranquila, verdadeira, amiga, sensível, inteligente, admira o belo e o bom gosto.
Intolerante à falsidade, mentira, hipocrisia, injustiça e pessoas sem conteúdo.

Quem é Isabel?
uma phoenix.
aprendí com meus erros e acertos,
aprendí a recomeçar,
aprendí a não ter medo do novo.

Mensagem final:
Fique atento ao que diz a sua boca,  pois dela só sai aquilo que o coração está cheio…
Será que temos prestado atenção em nossos corações?!
De que será que ele está cheio?!!



quinta-feira, 14 de junho de 2012

SÉRIE "TRAJES MINHOTOS"



TRAJE À VIANESA DE FESTA

O traje de Lavradeira do Minho  é dos mais vistosos de todos os trajes "à Vianesa", pela predominância do vermelho e a riqueza dos bordados, numa combinação perfeita com o preto.  É usado em dias de festas e ocasiões especiais. É por excelência o traje mais rico do Alto-Minho. O Avental, vermelho, ricamente tecido no tear, com motivos florais, figuras geométricas ou heráldicas. O Lenço da cabeça, em tons vermelhos e amarelos é apertado no alto da cabeça, com as pontas recolhidas ou em forma de “cornos” sem franjas. O Meio lenço, dos mesmos tons e desenhos do lenço da cabeça, é colocado sobre os ombros e ajustado no peito. O Colete é feito ao gosto de quem o usa, havendo uma ligação com os motivos do avental, tendo ainda assim uma grande variedade de motivos, sendo bordado a lã, vidrilhos, lantejoulas e missangas.  A camisa é de linho branco bordado a azul e a Algibeira que usam é bordada com os mesmos motivos do colete. As Meias brancas de algodão são rendadas e tricotadas à mão e as Chinelas são pretas bordadas ou lisas. A Saia é tecida em lã de cor vermelha com listas longitudinais brancas e pretas. O Ouro ao pescoço e os brincos completam e dão ainda mais riqueza a este traje.

Evolução

Os trajes de Viana do Castelo não nasceram tal qual se apresenta nos dias de hoje. Houve uma evolução, é natural, é obra inevitável do tempo. Vai-se apurando o gosto, vai-se apurando a arte de tecer e bordar. E fazendo-se estas mudanças, sem a deturpação do que é genuinamente popular. A evolução do traje, que se acentuou a partir do evento da República, não para hoje como nunca parou.
Essa modificação assentou essencialmente nas cores. Com efeito, até ao século transato os matizes escuros predominavam. Timida­mente eram usadas as cores berrantes. O vermelho entremeava, muito levemente, as riscas verticais das lavradeiras (a propósito desta cor sabe-se, por exemplo, que os açougueiros se identificavam pela sua gravata vermelha). Realmente a cor tinha muita influência. Quando em Outeiro, uma ascendente de lavrador começou por intercalar levemente o vermelho na saia foi censurada de leviandade!
Nos aventais estavam em uso os quadros na referida época (era vulgar ouvir chamar «ABANTAIS DE CADROS»), motivos geométricos.
A partir da primeira Grande Guerra surge às alterações sen­síveis no desenho dos fatos e para tal deu um certo impulso a  imagi­nosa tecedeira que deixou fama ao longo destas paragens. Era a chamada «Çãozinha da Branca», da Meadela ) que lançou modestas silvas bordadas a lã branca na parte superior da barra das saias, tira lisa de pano na parte inferior das saias, a cor variava de aldeia para aldeia e que na época mediam 18cm de altura. Com o tempo, a altura da barra foi aumentando e a sua decoração torna-se exuberante e cheia de cores. Além das singelas silvas, passam a aparecer flores, folhas de várias cores e as quais se juntam, dependendo da aldeia, lantejoulas que salpicam a barra da saia. Volvido cerca de meio século sobre o artificioso arrebique, ainda se mantém com aprazimento de tecedeiras e lavra­deiras.
Teria sido um ponto de partida para os motivos florísticos que começaram a adornar os trajes. Diga-se, entretanto, que os lenços de namorados já anteriormente exibiam além das pitorescas quadras de juramento de amor eterno, o esboço de flores.
Uma das localidades que menos se preocupou com a introdução de alterações ao padrão do seu traje foi justamente a de Areosa, cujo fato vermelho de festa é considerado o mais representativo de Viana, considerado o traje mais Vermelho dos trajes vermelhos À Vianesa. Quando se concentravam centenas de garbosas moçoilas por ocasião da festa do Traje, distinguiam-se imediatamente as de Areosa, com as suas saias de barra em vermelho vivo. Afife usa-as em azul, assim como Carreço em preto, sem silvas, mais comuns aos trajes da Ribeira Lima.

Traje à Lavradeira, à moda do Minho ou à Vianesa de Festa?
Os Etnógrafos, Pedro Homem de Mello e Cláudio Basto, este último na sua excelente monografia sobre o “Traje à Vianesa”, escreveram e falaram sobre a errada vulgarização desse termo. O traje à vianesa, à moda de Viana ou, ainda, à lavradeira (isto porque, de um modo geral, só as lavradeiras, filhas de lavradores, tinham posses para possuí-los), o legítimo e inconfundível e, por certo, o mais rico do património folclórico nacional, é somente usado em nove das trinta e seis freguesias do concelho de Viana do Castelo. É verdade, claro, que aparecem noutras localidades minhotas, trajes com poucas ou muitas afinidades, mas, flagrantemente diferentes e, em alguns casos até híbridos, dos trajes tradicionais, antigos e religiosamente talhados, que as raparigas das nove localidades vianenses enverga(va)m em dias de religiosidade ou romaria.
Confinado esse costume rigoroso apenas às aldeias litorais da Areosa, Carreço e Afife, ou limianas da Meadela, Santa Marta de Portuzelo, Pêrre, Outeiro, Serreleis e Cardielos, é curioso reparar nas diferenças essenciais que, embora em sentido restrito, classificam o traje à vianesa em tipificações distintas, delas derivando os outros. Vejamos:
O fato da Areosa, muito vivo de cores, com predomínio do vermelho (até a barra da saia é toda vermelha), também se distingue pela singeleza no lavor do avental, um tudo-nada semelhante a um tapete de vistosos ladrilhos em vários tons. O fato de Afife, esse ainda mais singelo, mas não menos interessante, ostenta barra (ou forro) da saia em tons de azul-marinho, avental simplesmente vermelho com listas pretas e lenço da cabeça em amarelo vivo ou amarelo canário e no peito o tom alaranjado. O fato de Santa Marta, de todos o mais complicado e rico, seja ele o traje azul (Dó) ou o traje vermelho, tem avental largo e comprido em flores e folhas de cores diversas, lenço franjeiro da cabeça e do peito no mesmo tipo (de fundo azul ou vermelho, conforme o fato) ou amarelo no peito com o vermelho encarnado na cabeça alguns sem franjas, coletinho intensamente bordado, barra da saia em preto, com ou sem silva. Igualmente pode-se dizer sobre os da Aldeia vizinha, Meadela, mas com pequenas diferenças nos ornatos do traje. O traje de Carreço aproxima-se bastante dos de Santa Marta, como acontece com os demais trajes usados nas freguesias que atrás se referem. Mas, um novo e interessante pormenor: muitas, muitas vezes as raparigas de Santa Marta de Portuzelo e de Carreço, vestem fatos semelhantes, havendo, no entanto, uma pequena divergência de pormenor, que basta para as identificar. É que enquanto as lavradeiras de Santa Marta ajustam, com mil cuidados, a fímbria da saia à orla inferior do colete (a parte de cima do cós da saia com a parte de baixo do colete) sem deixar intervalos entre as duas peças, já as de Afife e Carreço, e porque não mencionar também Areosa, estas usam distanciar as duas peças do vestuário, e ainda, as de Carreço, deixando uma abertura ao peito na camisa de linho...
Se bem que a distância, ao longo da beira-mar, entre Areosa e Afife, seja relativamente curta, nunca se vê uma lavradeira de qualquer desses lugares vestir o traje característico da outra freguesia. Do mesmo modo, também não obstante a proximidade, em nenhuma aldeia da margem esquerda do rio Lima, fronteiras ou próximas de Santa Marta de Portuzelo, como Vila Franca ou Mazarefes, se usa o traje típico daquela freguesia. Daí, também, em terras de Geraz do Lima, mesmo que o fato pareça de desenho idêntico ao de Santa Marta, lá prevalece o verde esmeralda a compor a diferença. Este escrúpulo e rigor estendem-se a uma infinidade de pormenores que se interligam e estreitam com uma profunda diversidade de usos e costumes que, há séculos, emergem nas ribeiras do Lima. O traje, que nos dias de hoje, tem procurado voltar as suas origens, tal como eram no séc XVII, é o Santamartense, usando as cores negras, as saias mais compridas, aventais geométricos, visualizando o preto como predominância. Enfim, o trajar “À Vianesa” não se deturpará, não morrerá, desde que saibam valorizar aos olhos das aldeãs, tarefa simples, pois elas sentem a beleza dos trajes e sabem o encanto e a graça que eles imprimem a seus corpos.
                                                                                                                 Fonte: Acácio Saraiva






segunda-feira, 4 de junho de 2012

Festival de Folclore - Junho de 2012

Olá!!!
Foi um verdadeiro sucesso a apresentação do Rancho Folclórico Maria da Fonte no Festival de Folclore na Casa da Vila da Feira.
Confira pelas fotos e vídeos:













Vira da Boa Viagem:
http://www.youtube.com/watch?v=47T0ZxbYmZY

Chula de Viana:
http://www.youtube.com/watch?v=v1f_S90Jk7I




História do Rancho Maria da Fonte